O espelho de Narciso

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Diz o povo e com razão! (2)

Amanhã há greve. Os funcionários do Metropolitano de Lisboa reinvindicam o alargamento do prazo do Acordo da Empresa e, na tentativa de dissuadirem o conselho de gerência, o metro pára e milhares de utentes dão voltas à cabeça, rotina e (outros) transportes disponíveis para resolver o problema de se deslocarem até ao emprego. Ou seja, como diz o povo, “quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão”.
A este mexilhão aqui saiu-lhe a sorte grande, que amanhã não tem de se agarrar a essa rocha. Mas quantos milhares de mexilhões estarão amanhã e quinta-feira a levar porrada desse mar tempestuoso? E, mal ou bem, lá o mexilhão se acomoda por dois dias à tempestade, esperando apenas que o seu sofrimento compense alguém no meio disto tudo. Porque isto das greves faz-me algum sentido e tem um certo propósito, mas de facto quem fica mais prejudicado é sempre o pobre mexilhão que não tem culpa de nada. Mas também, não está já o mexilhão habituado a levar porrada?...