O espelho de Narciso

sábado, 26 de fevereiro de 2005

Recordações DNa

Não sou muito dada a jornais. Apesar de serem uma constante cá em casa ao fim-de-semana, concedo-lhes apenas uma folheadela de vez em quando ou a habitual consulta dos filmes em exibição no cinema. Mas adoro os suplementos de música, de cinema, de personalidades, de crónicas e trivialidades. E não sou rapariga de uma só revista, as minhas paixões vagueiam pela Notícias Magazine para um pouco de tudo, a Xis para as questões ligadas à psicologia (de senso comum) e crónicas mais pessoais, a Pública, a Grande Reportagem... Com muita tristeza minha, o Expresso agora votou-se à publicação da Única, privando-me do imenso prazer em fazer no chão junto ao sofá uma pilha de suplementos para me deliciar durante a tarde (quem não se lembra da Revista, do Cartaz, o Vidas..., cada um dirigido ao seu tema?). E, por isso, agradeço a quem tem o vício de comprar jornais e proporcionar-me este pequeno prazer de fim-de-semana.
Entre os meus suplementos preferidos, encontra-se o DNa. O suplemento de sexta-feira do Diário de Notícias foi a minha companhia nos Verões passados na Altura, leitura obrigatória no areal e em casa. Há muito tempo que não surgia em minha casa mas hoje, passada uma longa ausência, chegou pela mão do meu pai esse companheiro de tantos dias solarengos. Deliciei-me como há muito não fazia, recordando cada rubrica, encontrando novas crónicas e prestando atenção a cada novo pormenor.
Lembrei-me, entre folhas, duma rubrica já desaparecida e que pela primeira vez me deu a conhecer o maravilhoso mundo da blogosfera, “Bloguices”. Meia página por semana dava-nos um relance por pequenos excertos de blogs, com a respectiva hiperligação para os mais curiosos continuarem a sua leitura on-line. Gostava de parar naquela página e reflectir acerca do que se escrevia. Gostava de ler algo escrito não por sumidades nos assuntos em questão mas de pessoas tão vulgares quanto eu, iguais a mim. Tive pena de já não encontrar este meu espacinho de reflexão...
Mas como consolo encontrei intacta a rubrica “Gosto Não Gosto”. A cada semana, uma figura pública é desafiada a escrever um texto acerca do que gosta e não gosta, com total liberdade. É uma forma original de se dar a conhecer um pouco mais acerca de algo tão definidor do ser humano, os gostos, interesses, manias... E é engraçado ver as associações que se fazem neste tipo de produção. Muito mais rico, sugestivo e interessante que uma entrevista, este pequeno texto cativa-me e absorve-me, desde sempre.
Deixei-vos aqui o testemunho de uma leitora inveterada de suplementos. Hoje, encantada com o regresso de um companheiro tão amado, não me consegui conter e decidi partilhá-lo convosco. Noutro dia qualquer, talvez vos fale das crónicas sempre incisivas de Eduardo Sá (Notícias Magazine) ou nas mais poéticas de Faíza Hayat (Xis). Por hoje, deixo-vos só com as minhas recordações DNa.