O espelho de Narciso

sábado, 5 de fevereiro de 2005

Ânimo

Cada época de exames é, para mim, pautada por momentos de desânimo que me deixam soterrada ante tudo o que tenho para fazer. Os longos dias em casa, as curtas noites que se prolongam manhã adentro pelo cansaço e falta de coragem para enfrentar um novo dia, o dia-a-dia sempre igual, o sem fim de coisas para fazer ao mesmo tempo, que me sobrecarrega o sistema e me deixa ainda com menos ânimo para me lançar ao trabalho... A cada época de exames há aquele dia crítico em que tudo pesa e desespera, em que pareço estar no limite da minha força, da minha coragem e da minha capacidade para ser bem sucedida. Nesse dia, sinto-me soçobrar perante as dificuldades e afogo-me no meu desânimo.
Mas felizmente alguém acorre sempre em meu socorro... O gesto que não ouso pedir surge e uma mão amiga livra-me dessa opressão. Por momentos somos só um grupo de amigos sem outra preocupação que não passar uma noite agradável, os problemas são deixados em casa sem remorsos e os sorrisos imperam naqueles instantes. E isso liberta-me de todo o peso e descrença, deixa-me leve para de novo, no dia seguinte, me entregar à luta sem medos. Sei que a recordação desses momentos me vai acompanhar e dar-me força!
Parece tão simples hoje! Os problemas não foram embora, as coisas ainda se amontoam na minha secretária, mas o mundo parece mais leve, o fardo menos pesado. Este é o milagre da amizade e da partilha, dessa força misteriosa que nos impulsiona sempre de sorriso no rosto e coração leve. E nada é suficiente para agradecer esse gesto que não ousei pedir e que um amigo soube adivinhar e tornar realidade...