O espelho de Narciso

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Amanhã talvez

Tenho, algures, uma folha branca garatujada de grafite, em letra trémula de utente de metro e autocarro, fruto de uma inspiração súbita num dia comum, de regresso a casa depois de um dia de trabalho. Tenho-a misturada com outros papéis de utilidade não comprovada, extractos bancários, correio desinteressante e até um cartão amarelo do Benfica, mostrado a uma sócia que não tem posto os pés no estádio para apoiar a sua equipa. Tenho-a aí, esperando um dia com mais tempo livre e paciência para descodificar os gatafunhos escritos à velocidade vertiginosa das ideias a brotar. Algures, ela espera o seu momento para brilhar. Hoje, tem de esperar com paciência, porque os olhos já me pesam de sono e amanhã tenho mais um longo dia pela frente. Talvez amanhã... talvez outro dia!