O espelho de Narciso

sábado, 30 de abril de 2005

Noite

Esta noite tem a duração de anos. Quanto tempo tardará ainda o dia?
JRR Tolkien, O Senhor dos Anéis: As Duas Torres

Quando esperamos que um dia melhor ilumine a nossa vida, o breu da noite parece nunca mais acabar...

Liberdade

De expressão. De movimentos. Liberdade que nos arrepia a pele, que nos emociona, que nos aconchega e nos faz deitar a cabeça na almofada sem temer o amanhã. Liberdade para falar, gritar, cantar, dançar... VIVER!

sexta-feira, 29 de abril de 2005

29

Há números e datas que marcam. Teimosamente, insistentemente... E será que há coincidências?

segunda-feira, 25 de abril de 2005

Teorias sobre... procrastinação

Procrastinação. Essa bela palavra que qualquer aluno de Psicologia tem na ponta da língua, e muitos também no resto do corpo. Falo, para aqueles que nunca tropeçaram nesta palavra anteriormente, desse fenómeno de adiar sempre a tarefa em mãos, primeiro porque está a dar a nossa série preferida na televisão, depois porque nos lembramos que temos de comprar uma coisa urgente e, finalmente, depois de fazer tudo, absolutamente tudo o que se pode fazer e imaginar fazer, olhar para as horas e, como já é tarde e o cansaço já se faz sentir, pensar “vou dormir, faço amanhã”. E, no dia seguinte, começa tudo de novo...
Claro que muitos se identificam em maior ou menor grau com este padrão tão típico do estudante. E quase todos lhe chamariam preguicite aguda sem pensar duas vezes... Mas talvez o motor da procrastinação não seja assim tão pernicioso. Aliás, há poucos dias foi-me apresentada uma teoria bastante interessante sobre as possíveis causas de tal fenómeno e confesso-vos que tenho vindo a comprová-la desde aí. Perante uma troca de ideias, a Dra. Alexandra (do módulo de Prevenção e Gestão de Stress, que frequento, do Programa de Promoção da Adaptação e Prevenção do Risco no Ensino Superior desenvolvido pela minha Faculdade) confrontou-nos com o paralelismo que pode haver entre perfeccionismo e procrastinação. Parece-vos estranho? A mim também me pareceu! Mas até faz sentido, se pensarmos no receio de falhar ou não conseguir realizar a tarefa que temos em mãos com o rigor e a qualidade a que nos propomos como uma das causas da procrastinação.
Olhando para mim, perfeccionista convicta e procrastinadora assumida, tenho vindo a tomar consciência da pontaria desta teoria. Às vezes é a pura preguiça que me move mas sinto que, de facto, é nas tarefas mais duras, trabalhosas e desafiadoras que evito continuamente o momento crucial de me lançar ao trabalho. Depois de arregaçar as mangas e me enfronhar no material, já não parece difícil encontrar motivação e vontade de fazer; o pior é arranjar a energia necessária para combater a procrastinação, esse adiamento contínuo que, vejo agora claramente, só pretende evitar a sensação de incapacidade e fracasso.
E, no meio de toda esta teoria, o actual trabalho de motivação e o trabalho passado sobre auto-eficácia, retiro uma conclusão – e um ensinamento – muito importante: as nossas crenças são factores de influência muito fortes do nosso comportamento! É pela forma como vemos e avaliamos as nossas capacidades que encontramos motivação e sentimentos de sucesso e somos impelidos à realização; de contrário, é a procrastinação que toma conta de nós.
E eu, que me passeio pelos meandros da psicologia, volto ao meu trabalho... depois deste momento de procrastinação!

domingo, 24 de abril de 2005

"Vivesse eu nos meus sonhos..."

Há desabafos tão certos... Vivêssemos todos nos nossos sonhos e a vida seria bem mais fácil! Porque os nossos sonhos são doces e mornos como o Sol...
Mas apenas temos a realidade para viver! Resta-nos enfrentá-la a cada dia, tendo os nossos sonhos como refúgio secreto... Resta-nos lutar pelos sonhos e torná-los realizáveis e reais... Resta-nos nunca esquecer que temos o poder de os arrastar do seu canto secreto e fazê-los brilhar à luz do dia... Basta acreditar, sempre!

P.S. Fiz-te a vontade, apesar de te plagiar... Ficas a dever-me uma! ;)

quarta-feira, 20 de abril de 2005

As coisas boas da (minha) vida

1. Apaixonar-se. Sem dúvida... O sentimento que nos preenche e acorda para um mundo colorido!
2. Rir tanto que até as faces doam e as lágrimas rolem pela face...
3. Um chuveiro quente... e tempo para o saborear!
4. Um supermercado sem filas. Qualquer coisa sem filas!
5. Um olhar especial. Receber e dar de volta, porque um olhar especial merece sempre resposta.
6. Receber correio, e-mails, comentários, sms, toques, telefonemas... tudo o que nos recorde que há do outro lado alguém que se lembra de nós.
7. Conduzir numa estrada linda. Sem pressas...
8. Ouvir no rádio a nossa música preferida e ficar com ela na cabeça todo o dia.
9. Ficar na cama a ouvir a chuva cair lá fora, quentinha, de olhos semicerrados e a sonhar acordada.
10. Toalhas quentes acabadas de serem passadas ou aquecidas, prontas para lá enterrar a cara e aspirar o perfume.
11. Encontrar a camisola que se quer em saldo e a metade do preço. E ficar-nos maravilhosamente bem no corpo!
12. Batido de chocolate. Humm... E de manga!
13. Uma chamada de longa distância... desejada. Qualquer chamada desejada!
14. Um banho de espuma. Raro e especial...
15. Rir baixinho, intimamente.
16. Uma boa conversa.
17. A praia, ao fim da tarde, vazia e acolhedora.
18. Encontrar uma nota de 20 euros no casaco pendurado desde o último Inverno.
19. Rir-se de si mesmo. Saber rir de si mesmo!
20. Chamadas à meia-noite que duram horas. Chamadas à meia-noite que duram minutos tão intensos como horas!
21. Correr entre os jactos de água de um aspersor.
22. Rir por nenhuma razão especial
, só pelo gosto de rir.
23. Alguém que te diz que és o máximo e to diz com sinceridade.
24. Rir de uma anedota que te vem à memória, de um livro, de um gesto recordado...
25. Amigos. Do coração!
26. Ouvir acidentalmente alguém dizer bem de nós. E agradecer em segredo de todo o coração...
27. Acordar e verificar que ainda há algumas horas para continuar a dormir.
28. O primeiro beijo (ou o primeiro com um novo parceiro).
E cada outro beijo!
29. Fazer novos amigos ou passar o tempo com os velhos. E nunca esquecer o valor de todos eles.
30. Brincar com um cachorrinho, ou um gato. Ou o meu periquito.
31. Haver alguém a mexer-te no cabelo. E todos os outros mimos e carícias!
32. Belos sonhos.
33. Chocolate quente.

34. Fazeres-te à estrada com amigos e recordar cada km de prazer.
35. Balanceares-te num baloiço, fechar os olhos e sentir o vento na cara e nos cabelos.
36. (Des)Embrulhar presentes sob a árvore de Natal comendo chocolates e bebendo a bebida favorita.
37. Letras de canções nas capas de CD para poderes cantá-las sem te sentires estúpido(a). Sentir-me estúpida na mesma, rir e continuar a cantar pela capa do CD... adorando a sensação!
38. Assistir a um bom espectáculo. E aplaudir de pé merecidamente...
39. Trocar um olhar com um(a) belo(a) desconhecido(a). Trocar um olhar com qualquer pessoa que passe, e sorrir.
40. Ganhar um jogo renhido. E fazer a festa toda!
41. Fazer bolachas de chocolate. E bolo de chocolate. E mousse de chocolate. Qualquer bolo. Qualquer coisa com chocolate...
42. Receber de amigos biscoitos feitos em casa. Duplamente doces...
43. Passar tempo com amigos íntimos e especiais.
44. Ver o sorriso e ouvir as gargalhadas dos amigos, rir e sorrir com eles e por eles.
45. Andar de mão dada com quem gostamos. E abraçar e beijar e...
46. Encontrar por acaso um velho amigo e ver que algumas coisas, boas ou más, nunca mudam.
47. Patinar sem cair.
Cair a patinar... e rir, rir, rir!
48. Observar o contentamento de alguém que está a abrir um presente que lhe ofereceste, um presente em que puseste tudo de ti.
49. Ver o nascer-do-sol, ou o pôr-do-sol. Na minha praia linda, linda...
50. Levantar da cama todas as manhãs e agradecer um novo dia. Deitar todas as noites e agradecer o dia que passou. E saber que és feliz!
.
Adaptação livre, pessoal e intransmissível do mail lindo que recebi de uma pessoa maravilhosa. Obrigada!*

Soulmate

A soulmate is someone who has locks that fit our keys, and keys to fit our locks. When we feel safe enough to open the locks, our truest selves step out and we can be completely and honestly who we are; we can be loved for who we are and not for who we're pretending to be. Each unveils the best part of the other. No matter what else goes wrong around us, with that one person we're safe in our own paradise. Our soulmate is someone who shares our deepest longings, our sense of direction. When we're two balloons, and together our direction is up, chances are we've found the right person. Our soulmate is the one who makes life come to life.
Richard Bach, The Bridge Across Forever

Inconsolável

Sinto-me num estado tal de agitação mental que não consigo encontrar consolo em nenhum dos meus gestos.
Na maioria das vezes, o meu olhar divaga pela janela ou fica simplesmente perdido, enquanto em pensamento corro por labirintos, imagens, recordações, previsões, sentimentos... Uma verdadeira maratona, que corro de um só fôlego. Às vezes esbarro num obstáculo desconhecido e o atordoamento traz-me de volta à realidade. Outras, um sorriso abre as minhas feições e as rugas dos olhos libertam-me da hipnose da minha corrida.
Neste estado, é difícil chegar a um pouco de concentração, a um pouco se sossego, a um pouco de descanso até. Não quero dormir! Quero perder-me apenas nos labirintos do meu pensamento pois sei que, nesta corrida de longa distância, procuro alguma coisa. E algo me diz que estou perto de a encontrar...

terça-feira, 19 de abril de 2005

Perfeitas

Há coisas tão perfeitas que não cabem em palavras mundanas... Surpreendem-nos, encantam-nos, transformam-nos. Mostram-nos tudo o que é possível para além dos nossos sonhos mais ousados.
E, surpreendentemente, encontramo-las nas coisas simples e reais, ao nosso alcance... e ainda assim
perfeitas!

sexta-feira, 15 de abril de 2005

Cansada... mas feliz!

Por hoje deixei à margem de mim o trabalho que me submerge e sacudi o cansaço do corpo. Hoje foi apenas dia de sorrisos e gargalhadas, de espírito leve e despreocupado! E, no final, o corpo já acusa o cansaço deste dia intenso e de todos os dias de batalha ininterrupta com o trabalho que se acumula, mas o sorriso não me abandona. Basta lembrar-me de todos os que me acarinharam neste dia, família e amigos sempre pertinho do coração.
Um OBRIGADA gigante a todos!

quinta-feira, 14 de abril de 2005

Pensamentos ao vento

É irónico que um dos meus locais de refúgio seja aquele que me diz tanto de nós. Talvez por isso te recorde...
Hoje estive lá. O nosso banco está carcomido, húmido da última chuvada. Falta uma tábua que não me recordo de faltar antes. Está mudado. Vejo que as coisas frágeis soçobram sob o peso das intempéries.
...
Caminho calmamente, entregue a mim. Cada recanto traz-me à memória recordações de tantos e bons momentos, de tantas outras pessoas. E hoje caminho com um sorriso, feliz do Sol, do verde e da nova vida que povoa o nosso lago... de todos!

domingo, 10 de abril de 2005

Sorriso no céu

Hoje a Lua é um sorriso no céu... Quem sorri assim tão luminosamente? E qual a razão de um sorriso tão radioso?
Sorrio ao imaginar a história por detrás das respostas fantásticas que construo...

Star

Ouço muitas vezes na rádio Star, dos Reamonn. Sempre gostei desta música, apesar de simples fica no ouvido, é agradável e dá uma sensação incrível de paz e energia positiva.
Mas o videoclip revolta-me! E faz a música perder toda a sua beleza a meus olhos...

segunda-feira, 4 de abril de 2005

Curioso!

Estava eu calmamente a ler o artigo do nosso amigo colaborador do Jornal dos Estudantes lá da faculdade, intitulado “Psicologia do Ambiente”, quando um pequeno insecto veio pousar na página impressa. Ah!, pormenor importante: estava dentro do metro, onde não é muito usual encontrar passageiros com asas... Digam lá se não é uma estranha coincidência?

Contraste

Os pequenos gestos comuns preparam a minha despedida do dia que finda. Gestos de todos os dias, que me aconchegam e me dão espaço para reflectir um pouco, um pequeno refúgio no tempo e na corrida louca da vida.
Estou à janela, esperando o chamamento do microondas para a última bebida do dia, quente e reconfortante. O ar fresco envolve-me enquanto olho o milhão de luzes que tremeluzem no meu horizonte. O mundo parece esboroado, como se alguém estivesse a dilui-lo, as luzes são borrões que se expandem e retraem quando semicerro os olhos... Sorrio, pensando como gosto da sensação de olhar para o mundo pacífico da noite com uns óculos mal graduados... durante o dia são insuportáveis, enervantes, parece que me vela não só a visão como o entendimento. Passeio o meu olhar e com ele o meu espírito pelas colinas da paisagem...
É o microondas que me arranca deste devaneio, lembrando-me da caneca pousada na bancada. Faço o meu chá, ritual que não dispenso, e sinto o vapor a aquecer as mãos que tinham esfriado nos breves minutos em que estive de janela aberta. E estou pronta, pronta para me enfiar debaixo dos meus lençóis, com uma música a tocar baixinho e a minha reconfortante caneca de chá. Os minutos passam devagarinho, enovelados pelo vapor aromático que se eleva da caneca e pelos acordes que ressoam em cada cantinho do meu quarto. O meu livro espreita na prateleira mas por enquanto pode esperar... Quero prolongar mais um bocadinho a degustação desta mescla de sensações, este remoinhar de pensamentos!
Estes são os meus gestos comuns a cada noite: a frescura da brisa e o meu chá quente reconfortante, um último relance pelo mundo e a minha reflexão interior... um contraste que me delicia e do qual não prescindo! Porque é o meu momento de sossego e de paz...