O espelho de Narciso

terça-feira, 31 de maio de 2005

Love is on the way

Love is on the way
On wings of angels
I know it's true
I feel it coming through
Love is on the way
Time is turning the pages
I don't know when
But love will find me again
Celine Dion, Let's talk about love

Aconteceu, mais uma vez... A minha memória adora pregar-me partidas e desenterrar lá bem do fundo músicas que me marcaram em tempos idos.
Hoje dei por mim, no meio da rua, a trautear o refrão desta música da Celine Dion, desconhecida da maioria das pessoas mas que eu ouvi vezes sem conta... Não a ouvia há bastante tempo e, sem mais nem menos, lembrei-me. Porquê, não sei... mas decidi deixar aqui o refrão, porque não só tem uma letra bonita como me vejo reflectida nela. Afinal, o que nos dá alento para enfrentar cada novo dia é a esperança, essa eterna esperança de que o Amor nos encontrará... não importa quanto tempo passe!
Assim sou eu, sempre com o coração a transbordar de esperança... pelo menos isso há-de ser sempre meu, dar-me-á sempre um pouco de felicidade e tornar-me-á forte e decidida... Sim, o Amor há-de me encontrar um dia!

quarta-feira, 25 de maio de 2005

Obrigada!

Por todos os pequenos gestos que me esqueço de agradecer, porque sou esquecida e despassarada, mas que valorizo para além do imaginável... Por todos esses pequenos gestos que fazes sem hesitar e valem mais do que grandes feitos, porque são eles que constroem uma verdadeira amizade!

sexta-feira, 20 de maio de 2005

É tão bom recordar!...

Atendendo ao pedido desesperado de uma colega e amiga, que espera há meses um exemplar do nosso internacionalmente conhecido jornal, recuperei hoje do armazém das sobras a última edição d'O Olho do Cu(squinho). E, como quem não quer a coisa, fui dar uma olhada pelas notícias que fizeram furor há 6 meses atrás.
Como sempre, li e relembrei, sorrindo em algumas partes, rindo à gargalhada noutras, emocionando-me na nossa sempre comovente Nostalgia... Adorei cada momento de recordações doces que este jornal sempre me traz, alegres e acolhedoras, como o grupo fantástico de amigos com o qual nem me atrevi a sonhar e que por uma benção desconhecida se tornou realidade. E sei que, se folhear estas cinco edições feitas com todo o amor e dedicação do mundo, uma lágrima teimosa vai rolar no meu rosto e morrer no meu sorriso. Porque relembrar esses momentos fantásticos por que passámos é maravilhoso... porque ver imortalizado no papel todo o empenho e toda a amizade que faz parte da nossa vida aquece o coração... porque rir e emocionarmo-nos com todos os retalhos da nossa convivência, dos dramáticos aos divertidos e aos emocionantes, faz bem! Mesmo fazendo parte de uma época que talvez tenha ficado no passado, ela foi nossa, de coração... e
é tão bom recordar!

quinta-feira, 19 de maio de 2005

Aventura

E nós não estaríamos sequer aqui, se tivéssemos sabido mais a tal respeito antes de partirmos. Mas suponho que acontece frequentemente assim. [...] Aventuras, como eu costumava chamar-lhes. Pensava que eram coisas que as pessoas maravilhosas das histórias iam procurar, porque as queriam, porque eram emocionantes e a vida era um pouco enfadonha...
JRR Tolkien, O Senhor dos Anéis: As Duas Torres
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Nestas palavras sábias de Samwise Gamgee vi reflectida uma realidade nem sempre consciente... Mas ela existe de verdade e rege a maior parte das nossas vidas! Aquilo que nos permite ir à aventura, arriscar, tentar e não desistir é não saber na realidade o que nos espera no passo seguinte. Se o soubéssemos, talvez ficássemos presos ao chão, enclausurados entre as quatro paredes da nossa casa por vontade própria e receio do desconhecido...
Mas esse desconhecimento torna-nos apenas mais curiosos, mais sonhadores e mais aventureiros. Sabemos que é nesse caminho que se constrói realmente a vida e lançamo-nos a ele sem realmente termos consciência do que nos espera nas curvas do caminho... E, mesmo que o perigo nos interpele e os alarmes soem, pensaremos sempre que mais à frente as coisas vão melhorar.
Ainda bem que não sabemos mais a tal respeito antes de partirmos! Porque só assim podemos fazer-nos ao caminho e acreditar nessa aventura que é a nossa vida...

quarta-feira, 18 de maio de 2005

Pushing too hard

Tenho em mim esta mania terrível de exigir demais de tudo e de todos! Um feitio nada bom que me deixa exausta, desiludida e ressentida comigo mesma...
Levo o tempo todo a obrigar-me a ser perfeita, a fazer tudo perfeito, a não falhar um passo, um gesto, uma palavra... Mas sou demasiado imperfeita para esta ser uma tarefa alcançável. E, quando a imperfeição começa a sufocar, encontro no caminho apenas uma espiral de descontentamento e de frustração que me derruba.
E, enquanto isto, exijo dos outros outro tanto. Não que sejam perfeitos mas que tenham uma leitura perfeita de mim. Que me dêem atenção quando preciso dela; que me apoiem quando estou em baixo; que me sustenham quando desfaleço; e que sejam capazes de o perceber (apenas) pelas pequenas nuances de mim que deixo escapar enquanto tento parecer perfeita e segura...
Exijo demais, sim! Talvez não por palavras, talvez quem me rodeie não note esta contínua exigência, mas exijo-o interiormente. E isso arrasta mais sofrimento do que esperar ultrapassar tudo sozinha, porque me deixa cheia de tristeza pelo apoio que não vejo chegar e depois de raiva por esta tristeza que sei ser provocada somente por mim, por este feitio nada bom que me deixa apenas exausta, desiludida e ressentida comigo mesma...
E todas essas vezes prometo a mim mesma nunca mais exigir milagres, que dura só até à próxima vez!...

terça-feira, 17 de maio de 2005

Dar valor

A casa está vazia... As luzes semeadas pela casa, o pássaro à solta e a televisão ligada têm um único intuito: dar a ilusão de vida a esta casa vazia. Enquanto isso, o meu quarto é o santuário onde se trabalha, se conversa e se mantém o Messenger ligado para o caso da solidão apertar. E dou por mim a pensar...
É bom ter a casa vazia à nossa inteira disposição. Não precisar refilar com os jogos de futebol que estão sempre a dar na maldita televisão, jantar às horas que se quer e como se quer, poder ter a música um pouco mais alta que o habitual... Ter espaço para respirar, para gerir o nosso tempo ao nosso próprio ritmo.
Mas depois a casa vazia começa a devorar este tempo e esse espaço... E aí apetece ter companhia para fazer o jantar e pôr a mesa, alguém com quem conversar, o pai para refilar por causa da maldita televisão, a mãe para dar o beijo de boa noite, simplesmente outros para preencher o nunca acabar de divisões que esta casa vazia parece ter.
É nestas alturas que aprendemos o valor que têm as outras pessoas na nossa vida, o quanto vale o conforto de partilhar uma casa, uma rotina, uma vida, o quanto precisamos não só do nosso canto sossegado e das horas connosco próprios mas também aqueles momentos em que deixamos alguém entrar no nosso santuário ou roubamos tempo de estudo e trabalho para estar um pouco mais na sala com a família. E é nestes momentos que penso que, no que depender de mim, nunca viverei só (ou que não o farei durante muito tempo). Não importa com quem viva, pais, companheiro de casa, amigo, namorado, marido, família uniparental, filho adoptivo... apenas alguém para encher o vazio da casa com murmúrios, conversas, gargalhadas, resmunguices... amor! Porque, quando se partilha uma casa, partilha-se um rol de vivências que nos ligam aos outros de um modo especial... e isso é algo que temos de dar valor!

domingo, 15 de maio de 2005

Lagoa do Silêncio

O silêncio está à beira da extinção. O silêncio que nos permita meditar. E sentir. E contemplar, com espanto ou com surpresa. O silêncio que nos permita sentir a presença de alguém, juntinho a nós, e que, mesmo entre o burburinho dos gestos, nos escute, sem falarmos.
Não sei se do silêncio não se chega mais depressa à beleza. Sinto que sim. Mas acho que não chega estar vivo para se ser feliz. (Precisamos de ser imaginados, com encantamento, por alguém. [...] Alguém que nos permita meditar, que nos aconchegue ao mundo, discretamente, que – entre o burburinho dos gestos – nos escute, mesmo sem falarmos e, de surpresa, se transforme na nossa lagoa do silêncio.)
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Eduardo Sá, in Notícias Magazine, 15 de Maio de 2005

sexta-feira, 6 de maio de 2005

Color Esperanza

Lembrei-me ontem, sem razão nenhuma, de uma música que eu simplesmente a-do-ro! Faz-me lembrar o Verão, Espanha e amigos distantes, noites quentes de convívio, música e risos... É uma música que me enche o peito de uma paz e de uma harmonia perfeitas e que adoro recordar. E, hoje, partilho-a convosco...

Color Esperanza
Diego Torres

Sé que hay en tus ojos con solo mirar
Que estas cansado de andar y de andar
Y caminar girando siempre en un lugar

Sé que las ventanas se pueden abrir
Cambiar el aire depende de ti
Te ayudara vale la pena una vez más

Saber que se puede querer que se pueda
Quitarse los miedos sacarlos afuera
Pintarse la cara color esperanza
Tentar al futuro con el corazón


Es mejor perderse que nunca embarcar
Mejor tentarse a dejar de intentar
Aunque ya ves que no es tan fácil empezar

Sé que lo imposible se puede lograr
Que la tristeza algún día se irá
Y así será la vida cambia y cambiará

Sentirás que el alma vuela
Por cantar una vez más


Vale más poder brillar
Que solo buscar ver el sol

quinta-feira, 5 de maio de 2005

Terapia da escrita

Tenho um formigueiro na ponta dos dedos... Sinto-me sintonizada com cada momento, cada relance de olhar sobre o mundo, cada palavra ou acorde que ouço. Enquanto o meu pensamento inspira cada instante, cada partícula de conhecimento e de sentimento, o sangue corre célere nas minhas veias e das pontas dos dedos brotam as palavras que preenchem cada interstício de mim. Estou a rebentar pelas costuras, a transbordar, a derramar essa torrente...
Só a escrita parece libertar essa tensão sem explodir! Preciso de transformar tudo isto em palavras, para não enlouquecer...

quarta-feira, 4 de maio de 2005

E para quando?...

Tudo aquilo que não é adquirido através da experiência e da reflexão pessoal, não é senão adquirido à superfície.
J. Piaget (1977)

E para quando a compreensão e aplicação desta verdade tão simples? Quando vão finalmente abrir os olhos todos os responsáveis pela educação, de verdade, das crianças?...
É mantendo-me atenta a estas necessidades prementes que espero com ansiedade o momento em que poderei ser o grão de areia (apenas um, mas ainda assim importante) que fará a diferença... com as minhas singelas armas e a minha vontade férrea!

terça-feira, 3 de maio de 2005

Teorias sobre... ‘clics’

Pois é, há muito tempo que não me deparava com a clássica discussão do “amor à primeira vista”. E eis que, em conversa animada com uma amiga recentemente apaixonada, surge a questão “Porquê? Explica-me a razão...”. E voltamos à eterna questão, que nunca ninguém conseguirá responder, apesar de a todos surgir num ou noutro momento.
Mas falemos do famoso ‘clic’... Esse fenómeno interessante que é o cartão de visita do amor à primeira vista, que ninguém sabe de onde vem e por que razão, mas que surge. É um facto, ele surge! Se é sinal de amor, já não sei dizer, e provavelmente ninguém poderá afirmar com certeza que assim é. Surge apenas, como um sinal sonoro que nos avisa da chegada de... algo. Pode ser o modo de falar, andar, olhar, rir, mexer no cabelo, sorrir, franzir o sobrolho, perguntar as horas, pedir indicações, que nos chamou a atenção por razões desconhecidas... Pode ser um milhão de coisas que sentimos, mais do que conscientemente detectamos, que a pessoa que cruzou o nosso caminho nos transmite através dos gestos e das palavras. Ou então... pode até ser, como professam os mais crentes, o cupido a fazer das suas e a mostrar-nos o caminho do amor, no primeiro instante, no primeiro olhar.
Bem, devo confessar que sou descrente! Aprendi a desconfiar dos ‘clics’ desde o momento em que metade da minha turma estava apaixonada pelo mesmo rapaz, curiosamente o mais giro de todos, e eu passava indiferente sem perceber para quê tanta euforia. Aprendi a atribuí-los mais à atracção do que a amor verdadeiro... Paixão, “sim, porque não?”, atracção, “com certeza!”... Amor? Não creio. Aprendi, amando, que o amor pode e deve ser cultivado. Aprendi que um ‘clic’ pode trazer muitos enganos, mascarados de belos sentimentos, é certo, mas ainda assim enganos.
Talvez não concordem comigo... Talvez com muitos de vocês os ‘clics’ se tenham revelado certos e revelado a cara metade que amam (ou amaram) de todo o coração. Mas eu não sei pensar assim... Porque os ‘clics’ não me trouxeram mais certezas, mais sentimentos verdadeiros, mais relações perfeitas ou mais amor do que os sentimentos que cresceram e se desenvolveram diante de mim. Mas, tal como ninguém pode provar que o ‘clic’ existe e resulta, também eu não posso fazer “finca pé” da minha perspectiva. São apenas modos diferentes de sentir e de viver o Amor. E quem sabe o que estará ao virar da esquina, para nos mostrar a sua verdadeira essência?

domingo, 1 de maio de 2005

Não amar (2)

Não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade.
Albert Camus
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Meia volta e tropeço com uma frase destas... Frases que dizem tanto do meu pensar e do meu sentir que não consigo passar indiferente. E por isso as partilho com todos vocês...

Um sonoro "Bom Dia!"

Stress. Trabalho. Confusão. Sim, preciso de descansar. Assim como preciso do regaço aconchegado da família. Mas também preciso dos meus amigos! Um dia de trabalho sem eles pesa-me no corpo como chumbo. São eles que aliviam essa carga com risos, conversas, parvoíces e companhia. Um sonoro “bom dia” já chega para que tudo fique bem.
O porquê disto é um mistério... Só sei que os meus amigos são uma parcela importante e imprescindível na minha vida. E, por isso, só posso agradecer a benção de ter todos esses amigos dedicados que tanto me apoiam. Nem que seja apenas com um sonoro “bom dia!”...