O espelho de Narciso

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2008

O último dia do ano passa molengão, como se não tivesse vontade de chegar ao fim. E, por muito que saiba que entre hoje e amanhã há apenas um dia marcado no calendário, inevitavelmente dou por mim a olhar por cima do ombro para os outros 364 dias marcados no calendário que diz 2008.
Foi um ano estranho, recheado de grandes alegrias e profundas tristezas. Foi um ano em que lentamente me construi para depois me destruir, em que sonhei e caí na realidade. E agora, chegada ao fim desta etapa, olho e vejo que, apesar de tudo, foi um ano valioso. Aprendi e cresci ao lidar com a dura realidade. E, vendo para lá do que doeu, também houve momentos fantásticos que irão perdurar na minha memória. Muitos e bons momentos em família, a amizade, pequenos prazeres e grandes desafios.
2008 foi um ano indefinível... Em 2009, só espero viver tão bons momentos quanto aqueles que vivi em 2008 e que a Vida me dê novos desafios, para lutar e poder dizer que me superei!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A um desconhecido

Nutro um carinho muito especial por este espaço, desde o dia em que me rendi ao desejo de partilhar com o mundo tudo o que sou, de forma nem sempre bela mas sempre sincera. No interregno em que não me soube encontrar neste espaço foi como se algo me faltasse; e, ao ler estas palavras, sei que voltar foi a coisa certa a fazer.
A esse desconhecido, o meu muito obrigado! A todos aqueles que me lêem, amigos ou estranhos, obrigado por estarem aqui, comigo. É por vocês que este espaço existe, é por saber que alguém me ouve que volto a dedilhar o teclado. E, se este retorno até agora se tem desenhado em linhas sombrias, há uma luz que brilha ao fundo... Saber-vos aqui dá-me alento para voltar a olhar o mundo e, em lugar de guardar esse olhar num canto obscuro de mim, partilhar convosco. Uma vez mais!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Gestos

Oscilamos. E, de uma forma crítica, apercebo-me que tenho de me forçar a sair deste ciclo de avanços e recuos. Porque estou a perder-me na incerteza dos teus gestos e a magoar-me nas esquinas aguçadas das (des)ilusões.

Este é um pensamento que há muito me acompanha. Tento gravá-lo a ferro e fogo no meu espírito, repito-o para mim mesma nos momentos dolorosos como se fosse um mantra, mantenho-o vivo na memória como um memorando. Tento resistir-te, fugir de ti, abstrair-me de ti, consciente de que este sentimento me consome. Mas depois um gesto teu apaga sem esforço todas as esforçadas tentativas minhas de me afastar.
Estou tão cansada de lutar contra mim própria...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sem palavras

Quero derramar-me sobre o teclado... Preciso transbordar. Há uma amálgama de sentimentos que me aperta o peito, que me sufoca. Não sei sequer descrever o emaranhado de emoções que me preenche, de tão contraditórias que são. Uma lágrima para a tristeza, um abraço apertado para a saudade, um sorriso para a tranquilidade, um grito para a raiva... um suspiro para que o mundo se endireitasse de vez. Palavras? Não, não as tenho... Tenho apenas um mundo dentro de mim e o vazio a rodear-me como quatro paredes.
Só queria libertar-me... está aí alguém para me ouvir?...