O espelho de Narciso

domingo, 30 de janeiro de 2005

Inevitável

“São assim os minutos, ainda que em geral se afastam para nos deixarem passar depois de nos rasparem a pele, sempre haverá um para devorar-nos.” José Saramago

sábado, 29 de janeiro de 2005

Pedem-nos para sermos estudantes...

Lembro-me, como se fosse ontem, dessas aulas de caloira em que os professores nos diziam que, se até ali tínhamos sido alunos, a partir do momento da entrada na faculdade seríamos estudantes. Provavelmente isto estará na recordação de cada estudante de Psicologia que tenha passado pelo anfiteatro, no seu 1º ano, para assistir àquela cadeira cujo nome por si só é suficientemente assustador aos olhos de um caloiro: Epistemologia e Metodologia da Investigação em Psicologia, mais conhecida por EMIP para atenuar o peso das palavras caras. Mais concretamente, é impossível esquecer o Prof. Manuel Rafael a dizer-nos que o nosso estudo era 10% de aulas e 90% de trabalho em casa. Devo confessar que para mim pareceu uma enormidade e uma tarefa hercúlea para uma simples aluna (ainda não estudante) do 1º ano.
Agora que já lá vão três anos e meio de ensino universitário e meio ano de volta das questões educativas, dou por mim a reflectir (outra vez) sobre essa diferença entre alunos e estudantes. Para a maioria das pessoas são apenas sinónimos, mas para nós estas palavras reflectem (ou deveriam reflectir) a diferença entre a passividade e a procura activa de conhecimento. Até ao 12º ano, somos apenas alunos, receptores passivos da informação transmitida por professores e manuais. Mas na faculdade tudo muda: aí revelam-nos a verdadeira essência do estudante, para quem as aulas devem ser um ponto de partida e apoio para procurar aprofundar os conhecimentos da nossa futura profissão.
É aí que está a minha grande questão: pedem-nos para sermos estudantes... mas ensinam-nos uma vida (escolar) inteira a sermos alunos! Em 12 anos da nossa vida, somos colocados perante o dever de ir às aulas, segui-las pelo manual, fazer os trabalhos de casa, estudar para os testes... apenas porque é necessário ir à escola! Quantos professores nos incutem a verdadeira sede de conhecimento? Quantas vezes os trabalhos de casa servem não para mostrar os conhecimentos aprendidos mas para incentivar uma reflexão acerca deles? Quantas aulas são dedicadas à partilha de opiniões e reflexões?... Não muitas, creio eu. Estamos num país em que a maioria das crianças sente a escola apenas como uma obrigação, em que os testes servem para acumular conhecimentos que facilmente se dissipam sem deixar marcas, em que se estuda para passar e não para aprender. Ninguém – professores, programas escolares, sistemas educativos – fomenta a curiosidade, a procura activa de informação, as opiniões pessoais, a reflexão, as atitudes que realmente permitem uma verdadeira motivação para aprender e que desenvolvem o nosso intelecto no seu todo.
Mas depois chegamos à faculdade e pedem-nos que sejamos estudantes! Pedem-nos para largarmos esses vícios tão enraizados, para esquecermos as atitudes que nos inculcaram durante anos, para mudarmos esse modo tão típico de pensar apenas na avaliação, sempre a avaliação... Torna-se difícil sacudir do espírito tudo aquilo em que nos fizeram acreditar enquanto crescíamos e nos formávamos! Crescemos de mãos dadas com a passividade, com a dependência, com o conformismo... Depois dão-nos o mundo para as mãos e dizem-nos: procurem, participem, pensem, sejam independentes! E nós, que fazemos? Agarramo-nos à falsa segurança das verdades acabadas, da informação digerida, do mundo organizadinho das aulas e das sebentas... Levamos tempo a libertarmo-nos dessas amarras que nos parecem tão seguras e tão certas mas que nos acorrentam a alma e o espírito crítico. Porque é realmente mais fácil a passividade!
Aos poucos, aprendo a ser estudante... Aprendo que é mais fácil quando se gosta realmente! É mais fácil quando temos o bichinho da curiosidade a rabiar cá dentro, quando o interesse nos impulsiona. É mais fácil quando conseguimos extrair da informação que nos chega as finalidades, as consequências, a prática. É mais fácil quando esperam que pensemos pela nossa cabeça e nos dão liberdade para pôr em causa cada afirmação. Mas para isso é preciso força de vontade e, muitas vezes, o empurrãozinho do entusiasmo que nos liberta dessa passividade aprendida!
Pedem-nos para sermos estudantes... Ainda bem que pedem, pois mais vale tarde que nunca! Mas às vezes pedir não chega... Também é necessário compreender que precisamos de aprender a sê-lo, “desaprendendo” a condição de aluno, e encontrar um motivo para o sermos, para que possamos sair da concha da passividade. Eu finalmente encontrei o meu motivo e aprendo aos poucos... E é uma sensação reconfortante!

(Triste) Ausência

Ando fugida a esta página... Não por falta de tempo, é quando estamos mais ocupados que arranjamos tempo para fazer tudo (rever velhos amigos, fazer arrumações, actualizar agendas, escrever...), principalmente por ser uma maneira bastante útil de procrastinar; não por falta de vontade, porque até me custa bastante não cumprir o meu dever não escrito de vos manter a curiosidade saciada. Apenas não tenho escrito por esta triste razão: não tenho assunto! Quando a vida se resume a estudar e fazer trabalhos de grupo, ideias e assuntos atropelando-se para se exporem aos olhos do mundo é um fenómeno raro. Claro que podia falar do efeito neurótico das pilhas de folhas para estudar, das horas de sono que perco por causa dos trabalhos, das situações trágico-cómicas que sempre sucedem quando se partilha dias inteiros de trabalho intelectual com outras pessoas... Mas porquê falar destas coisas que, de tão corriqueiras, já nem têm qualquer interesse?
E assim tenho estado ausente... Essa triste ausência que me consome, pois não há um dia que passe sem que me questione acerca do que poderia partilhar convosco, sem nada encontrar. Por isso, vasculho recordações e ideias... para que possa quebrar essa triste ausência!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2005

Horizontes

A minha vida dilui-se e torna-se insípida entre estas quatro paredes. Quando o nosso horizonte está a meio metro de nós, na forma de folhas pousadas na mesa, e não há esperança de melhoras num futuro próximo tudo se torna monótono e cansativo.
Nestes momentos que me aprisionam, há uma força desconhecida que me impele à insensatez de abandonar a cadeira, esquecer a responsabilidade de estudar e procurar um horizonte mais amplo. O meu espírito de criança irrequieta bate o pé à imobilidade, foge da clausura e implica com a minha consciência. Acabo por me encontrar a cirandar pela casa sem destino ou propósito que não fintar o estudo, confundida pelas lutas interiores e subjugada pela vontade de largar tudo. E por fim, rendida, bato com a porta e parto ao encontro dos espaços abertos e horizontes longínquos.
Olho o céu. Passeio pelo parque. Aprecio o vento frio que me gela a ponta do nariz. Trauteio uma canção enquanto absorvo cada segundo de liberdade. Sorrio, sem saber bem porquê. E interrogo-me... O parque está vazio: porquê? Em que estreitos horizontes está o mundo embrenhado? A maioria de nós vive uma vida inteira de horizontes limitados: a prateleira de livros mesmo ali ao lado da secretária, o écran do computador do escritório, a televisão do outro lado da sala, o dinheiro que vai e vem, as montras de um qualquer centro comercial... Enquanto isto o parque está vazio e entre mim e o horizonte só existem auto-estradas pejadas de carros velozes que tentam devorar o tempo entre o horizonte do escritório e o horizonte de casa. O ritmo frenético do Mundo é tão somente o filtro que nos abstrai do horizonte, que nos tenta cegar a consciência da inutilidade de viver uma vida de horizontes limitados.
Será que quero viver assim? A criança dentro de mim puxa-me lá para fora, incentiva-me a explorar esse Mundo gigante que tanto tem para me oferecer. E eu quero segui-la, porque tomo consciência – e em especial nestes momentos em que o meu horizonte não pode estreitar mais – que só encontro sentido para a Vida quando sou capaz de olhar o horizonte bem lá ao fundo... e querer alcançá-lo!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

O que faz um grande dia?

Há dias que chegam ao fim e nos deixam com uma enorme sensação de dever cumprido, bem-estar e vontade de correr em busca de valores elevados. Dias em que o sorriso parece que vai durar para sempre e que vamos ter sempre força para enfrentar cada dia com igual entusiasmo e confiança.
O que faz um dia assim? É a Roda da Fortuna, que nos impulsiona para a mó de cima? São as grandes conquistas? São as grandes provas que a Vida nos dá?... A mim parece-me que é nas pequenas coisas que reside a diferença entre um dia trivial e um grande dia. São os pequenos gestos, os pequenos momentos, as pequenas oportunidades, talvez reflexos de grandes coisas que temos na nossa vida, mas ainda assim pequenos fragmentos que constroem as verdades que nos guiam, os valores que nos completam, os sentimentos que nos aquecem o coração. Aproveitar cada pequena partícula de tempo que nos é concedida e reconhecer o enorme valor que ela encerra... E, principalmente, descobrir nesses pequenos todos que nos são revelados a essência e a grandiosidade de uma vida vivida com significado.
É nestes dias que vou beber a força que necessito para dias turvos e incertos. É na beleza dessas coisas que preenchem a minha vida que me apoio. A minha luta só tem sentido porque persigo esses valores, porque os almejo para a minha vida e sei que posso alcançá-los. E não são sonhos e feitos grandiosos, são as coisas simples de uma Vida vivida com os outros e para os outros: a partilha, o altruísmo, a amizade, o amor... Porque é aí que reside a minha força!

domingo, 16 de janeiro de 2005

Quem me mente?

Na nossa vida, construímos uma identidade própria que nos define e diferencia dos outros. E parte dessa identidade é-nos dada pela imagem (corporal) que concebemos de nós e a que temos acesso por representações: imagens no espelho e fotografias. Ao longo da nossa vida, familiarizamo-nos com esses reflexos de nós e aprendemos a reconhecer aqueles traços e expressões como nossos.
Recordando isto, dei por mim a observar o meu reflexo no espelho. Os traços e expressões que aprendi a reconhecer como meus estavam lá, como sempre. Sou eu, indiscutivelmente! Mas também sou eu indiscutivelmente nas fotografias e essa imagem parece-me tão diferente... É o mesmo rosto, os mesmos olhos, o mesmo cabelo mas, no seu todo, há algo de diferenciador.
Como será que as outras pessoas me vêem: como me vejo ao espelho ou como fico representada nas fotografias? Em princípio, faria sentido que a minha verdadeira forma física fosse a da fotografia e o espelho uma reinterpretação interna do que os meus olhos vêem. Mas depois vem-me à cabeça aquele fenómeno tão interessante chamado fotogenia. Todos nós sabemos que há pessoas que são favorecidas pela máquina fotográfica, e vice-versa, e também que em determinadas fotografias aquela pessoa “não parece nada ela”.
Afinal, quem me mente, ao mostrar-me um eu diferente: a máquina fotográfica ou o espelho? Sei há muito tempo que a imagem que conheço de mim reflectida no espelho pode não ser fiel ao que sou, ao que os outros vêem. Mas parece-me que também a máquina fotográfica nem sempre é fiel ao original.
Que fenómenos estão na raiz de tudo isto? E, se ambos não me retratam fielmente, quem me mente mais? Aceitam-se respostas... mais ou menos científicas!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

Diferente

Ontem o tecto do mundo caiu, a noite tornou-se fantasmagórica e todos ficámos com a cabeça nas nuvens. Ontem a noite estava bela!

Foi surpreendente, aproximar-me da janela e dar de caras com uma cortina de nuvens a esbater os contornos do mundo e a expandir os fragmentos de luz. Estava tão bonita, esta noite! Tão diferente da outra...
Ou talvez seja eu que estou diferente! Às vezes o mundo parece tomar a forma da minha alma. Os meus olhos projectam o que tenho cá dentro e devolvem-me a minha imagem reflectida no mundo. E, assim, vejo-me em cada dia...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

Colados à alma

Por vezes, somos tomados por certos pensamentos e sentimentos. Colam-se-nos à alma, são persistentes e resistentes a qualquer forma de racionalidade, apesar de infundados. Sabemos que não têm cabimento algum e, mesmo assim, ocupam-nos as 24h do dia. Tornam-se sufocantes, exaustivos e insuportáveis. Só mantendo um ritmo frenético conseguimos abafar o seu massacre constante mas basta um instante de sossego para voltarem, impiedosamente.
Que fazer para os combater e expulsar do espírito? É que isto deixa-me exausta...

Rotina

Pareço uma criança ou, como dizia a minha amiga Eva, um autista. Apercebi-me esta semana que preciso de rotinas para me organizar!
O que há de tão extraordinário nisto é eu nunca me ter considerado uma pessoa necessitada de rotina. Muito pelo contrário! Gosto de diversificar, de fazer coisas diferentes quando há essa oportunidade, esqueço-me dos horários de refeições, finto os horários de sono... Claro que não descobri repentinamente que não posso adiar um só minuto um horário pré-estabelecido ou que tenho de fazer impreterivelmente as coisas por uma determinada ordem. A comparação foi meramente metafórica! Mas esta semana fez a diferença a nível psicológico, para mim: chegar ao bar e não encontrar os rostos amigos que estou acostumada a encontrar, virar do avesso idas e vindas, dormir numa casa diferente, falhar aquela organização de um dia na faculdade que ao longo do semestre me marcou o passo... Tudo isto influenciou a minha vivência desta semana de loucos!
Talvez seja apenas a minha percepção de uma semana mais dura de roer, em que eu própria não andei ao meu ritmo habitual. Porque também há muitas semanas diferentes das semanas de aulas e não há nada mais imprevisível do que dias de férias. Mas aquele ambiente da faculdade... ou as peças estão todas no sítio, o mecanismo bem oleado e as alterações são conscientes, ou então não há Rita que resista a essa incerteza! E até aposto que é isso mesmo: a falta de estabilidade, de previsibilidade numa altura em que preciso de mais apoio porque, por mais anos de vida de estudante que tenha, nunca vou conseguir passar calma e serenamente pela experiência de fim de semestre/época de exames. O que vale é que a partir de hoje vou ficar confinada à minha casa... na rotina semestral do estudo intensivo para os exames que já se aproximam perigosamente!

domingo, 9 de janeiro de 2005

Torpor

A noite está misteriosa. A leve névoa é um véu que lhe resguarda o rosto de olhares indiscretos. O manto gelado da indiferença cobre-nos os ombros e rouba-nos o calor do coração. O ar está feérico, com a luz difusa enchendo o mundo de uma crua tonalidade. O frio insinua-se pelas frinchas da janela, invade insidiosamente os nossos corpos, apodera-se das nossas almas. Talvez sejam elas que nos tenham sido roubadas e flutuam, agora, criando este ambiente sobrenatural.
É nesta esfera em que o tempo parece ter parado e toda a vitalidade sugada que eu existo. Parece que neste instante todas as vidas aguardam em suspenso um gesto da noite, um sinal, uma decisão. Flutuo, inconsciente, deixando-me finalmente invadir e controlar por essa força, entregando a minha vontade e capacidade de decisão. Passo, apenas, esperando que a noite me traga respostas. O pensamento fica embaciado, opaco. A respiração está pesada. Os olhos teimam em fechar-se. Mergulho nesse torpor que me retira a lucidez. E, num último lampejo de consciência, apercebo-me que não me importo. Sinto que é assim que quero ficar, deixando-me vogar ao sabor do que a noite ditar e decidir. Talvez erre ao desistir mas já estou cansada de resistir e de recear a responsabilidade. Quero libertar-me dessas amarras e a noite traz-me esse alívio. É cruel, inumano, mas é o que eu preciso...

sábado, 8 de janeiro de 2005

Não amar

"Não amar é um longo morrer." Wu Ti

Amor?

Amor é fogo que arde sem se ver... Foi Luís de Camões que assim começou por definir o amor, no seu soneto mais conhecido. As contradições do amor expressas nas 14 linhas desta forma poética estão na memória de qualquer português. E eu, num momento reflexivo, lembrei-me delas...
Sei bem que toda a amálgama de sentimentos que o poeta português exprime define na perfeição o Amor. Mas não consigo concordar com um dos versos: é um andar solitário entre a gente. Para mim, este verso exprime melhor o sentimento contrário. Não amar deixa em nós um vazio que não consegue ser alimentado nem pela maior multidão. Não amar faz-nos sentir carentes, incompletos, apesar de toda a atenção que possamos ter das pessoas que nos rodeiam.
Apesar do calor da amizade que me envolve e conforta, não amar faz-me, por vezes, sentir o gelo da solidão. E, pelo contrário, o Amor abre o meu coração... Porque o Amor não é egoísta! Quando se ama todos têm um cantinho só seu. Quando se ama a Vida ganha outro sentido e, pelo menos a mim, dá-me vontade de envolver a multidão num abraço que transmita a todos a felicidade que o meu coração alberga.
Não amar consome-me, deixa-me um vazio que não é possível mitigar... Talvez por isso, apesar do sofrimento que por vezes o Amor pode trazer, todos nós o procuramos e necessitamos dele. Luís de Camões pergunta-se: mas como causar pode seu favor/ nos corações humanos amizade,/ se tão contrário a si é o mesmo Amor? Esta é a minha resposta...

terça-feira, 4 de janeiro de 2005

Desalento

Depois destas férias em que o descanso e a alegria imperaram, é uma tarefa ingrata reentrar no mundo académico. O rebuliço dos trabalhos parece ter disparado assustadoramente e, de repente, tudo é urgente e “para ontem”, as coisas para ler avolumam-se, já não sabemos o que fazer primeiro e às vezes nem sequer que trabalho é que estamos a fazer.
Agora, o que eu precisava mesmo era de um esticador de tempo ou um redutor de sono. Isto, claro, na impossibilidade de se arranjar um transportador temporal que me levasse directamente para o último dia de exames. Mas eu já estou muito modesta nos meus pedidos e fico-me por um motivador. Porque ando mesmo a precisar de vontade para combater o desalento de ver tanta coisa para fazer, sem encontrar a ponta da meada ou ver o fundo ao tacho. Mas, como as coisas têm de se fazer, vou largar a procrastinação e mentalizar-me que tenho de trabalhar...

sábado, 1 de janeiro de 2005

Feliz Ano Novo!

2005

O Ano Novo chegou! 2005 entrou sorrateiro pela porta da nossa casinha de Estoi e encontrou-nos em cima de cadeiras e sofás, com as 12 passas na mão e a alma transbordante de alegria. Pedimos os nossos desejos, saltámos, abraçámo-nos, chorámos e brindámos a esse ano que ansiamos do fundo do coração que seja maravilhoso e pleno de bons momentos.
E eu desejo que este ano seja apenas a confirmação do que foi 2004, um ano de construção e crescimento que curou as dores de alma que trazia, um ano recheado de amizade, de apoio, de partilha, um ano que me deixa tranquila como há muito tempo não me sentia. Por isso em 2005 só posso pedir que todas essas bençãos não se desvaneçam, que perdurem nessa minha vida sorridente e tranquila conquistada a pulso junto com todos aqueles que são importantes para mim. E, também por isso, só poderia ter dado este passo na direcção do ano que nos espera juntos desses que têm estado sempre comigo. Adorei cada momento que passámos juntos nos últimos dias do ano a que vos devo tanto e do primeiro dia do ano que desejo ser único em amizade. E adoro-vos!