O espelho de Narciso

domingo, 29 de janeiro de 2006

Surpresa!


Andei desassossegada toda a tarde. Sorri. Ri. Corri de janela em janela. Passei muito tempo na varanda, com a desculpa das fotografias. Fiz disparar ininterruptamente a minha máquina fotográfica. Filmei. Ri de novo. E, finalmente, agasalhei-me e corri para a rua, para sentir o frio na cara e a neve a cair no meu casaco.
Foi tão surpreendente nevar! Pôs-nos cá em casa bem dispostos e desassossegados, sentindo-nos um grupo de crianças que esqueceu tudo, o almoço, a louça por arrumar, as tarefas a fazer... Levámos o tempo todo a correr de janela em janela, a apontar, a chamarmo-nos uns aos outros, a rir com as surpresas que se sucediam, a rir apenas da felicidade de algo tão belo e tão invulgar como é nevar em Lisboa!
E depois, nos noticiários, verificámos que os sorrisos, as tropelias e as surpresas que reinaram cá em casa se reproduziram e multiplicaram por todo o país, nos rostos e nos corpos de tantos outros portugueses. Hoje foi um dia recheado de felicidade e de boa-disposição, de fotografias e de memórias, de brincadeiras e de risos...Verdadeiramente, o Dia Nacional da Boa-Disposição! Um dia que vai perdurar muito tempo na nossa memória...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

53ª vez!

Deve ter sido a... fazendo uma estimativa... a quinquagésima terceira vez! E já não sei em que vez passou de perseverança a teimosia, de teimosia a utopia e de utopia a estupidez...
O facto é que tenho dado oportunidade atrás de oportunidade, esperando que dessa vez as coisas mudem, esperando já o impossível. Serei eu demasiado exigente?... A mim parece-me que peço o razoável, um pouco de respeito e responsabilidade e uma relação normal, sem amuos, sem subterfúgios, sem jogar às escondidas. Peço apenas sinceridade e um pouco de paz!
Mas parece que, depois da quinquagésima terceira vez, a paz que encontrar será no esquecimento e no encolher de ombros definitivo...

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Invernia

Está um frio que dói nos ossos, de tão húmido, e um vento que atravessa a roupa como se fosse um véu diáfano e corre no pescoço como se de água se tratasse. E, ao chegar a casa, contemplar as brasas na lareira dá vontade de tirar as camadas de roupa, vestir aquela camisola bem quentinha e as pantufas, armar-me de uma manta e de boa companhia e ficar molemente a saborear o quente e o aconchego do descanso. Mas, afinal, a invernia que se faz sentir lá fora também se sente cá por dentro, na aridez dos meus dias de trabalho, e fico só com esse desejo de languescer em frente à lareira e meia hora de pausa para consolar...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

Desleal

É a única palavra que encontro para isto.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Iliteracia

Face a dados alarmantes de iliteracia detectados em vários organismos, emitimos o seguinte comunicado:
O Departamento de Psicologia, Fundamentos Teóricos e Conhecimentos Técnicos lamenta a situação mas não pode fazer melhor. No caso de não se verificarem melhorias poderemos pôr a hipótese de abrir falência. Até lá, o funcionamento continuará a ser o mais regular possível.
Atenciosamente,
A Gerência

Não, não me passei de vez! Preciso é de me rir com a situação. Só para não chorar...

domingo, 8 de janeiro de 2006

Alguém me explica?...

Alguém me explica esta sombra no olhar?
Parece que, interiormente, o Ano Novo tarda em chegar e semear a alma com a esperança e alegria tão próprias de um novo ciclo, onde é fácil olhar para o futuro e vê-lo melhor, olhar para nós e vermo-nos com mais determinação para cumprir as resoluções de Ano Novo e lutar pelos desejos que pedimos ao som das 12 badaladas. Estranho-me, porque costumo acordar contagiada por esse espírito de mudança, e confesso que está a ser difícil encontrar explicações para este sentir. Será que, por aí, está alguém que me explica esta sombra no olhar?...

terça-feira, 3 de janeiro de 2006

Déjà vu cinematográfico

*Atenção: Spoilers*

Nunca vi o Pearl Harbor, de Michael Bay… Mas ontem apanhei a última meia hora de filme na televisão e não resisti a ver, para comprovar as duras críticas a que tem sido sujeito.
O que ficou no final? Um estranho déjà vu na pessoa de Ben Affleck... Uma estranha coincidência (?) de uma personagem que, em dois filmes diferentes (a saber, Armageddon e Pearl Harbor), morre pela do Ben Affleck para que este possa regressar são e salvo para os braços da mulher que ambos amam (embora seja um tipo de amor diferente em cada filme). Com os argumentistas fora da parada, ficamos apenas com o realizador e o produtor – Jerry Bruckheimer – para nos interrogarmos acerca de tão estranha e coincidente escolha da história e do actor para a interpretar. Será paixão?... :p

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

Inventário de Ano Novo

Música. Risos. Alegria. Peace and love. Cor. Passas contadas. Desejos pedidos. Saltos. Beijos. Abraços. Os amigos. A família dos amigos. Os amigos da família dos amigos. Mais risos. Mais música. Sempre com amizade.
Um sorriso rasgado. Uma estranha paz.
Foi assim, esta despedida do ano velho e recepção ao Ano Novo. Feliz. Tal como desejo que seja 2006... para todos!